15 julho 2006

A propósito de Uma espia na casa do amor #3


REFLECTIR

Porque é que as pessoas, homens e mulheres, são capazes de mentir desalmadamente a quem os poderá amar verdadeiramente? Falo dos mentirosos com bom coração, os que ocultam a verdade. E que ao proceder deste modo, pensam que estão a fazer o melhor para a pessoa a quem, na verdade, mentem.

Há pessoas que têm medo de amar, medo de se entregar por completo. Mas, a solução não é a mentira. Não sei qual será o caminho, mas tenho a certeza que a mentira não é.

Como é que se pode viver com alguém, ou partilhar o dia a dia com alguém, que não conhece todos os nossos medos?

A uma conclusão chego, quem vive assim uma vida de mentira, um dia, vai perceber que não tem vida. Não constrói nada, está constantemente a fugir de algo. A adiar o inadiável. Como acontece na história da Anaïs Nin, há-de ser seguido por um detector de mentiras imaginário, que o sufocará até quase à morte. Nem que seja por perceber que além de estar a andar com a sua vida para trás, poderá estar também a destruir a vida de alguém.

O ideal será viver um momento de cada vez com toda a sinceridade possível, construir passo a passo a nossa vida. Lembrarmo-nos que não vivemos sozinhos no mundo. A verdade acima de tudo. Deixar as promessas para os peregrinos que caminham todos os meses em direcção a Fátima.

Não será assim?

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