31 agosto 2006

30 agosto 2006

Lado esquerdo


O meu lado esquerdo
É mais forte do que o outro
É o lado da intuição
É o lado onde mora o coração

O meu lado esquerdo
Oriente do meu instinto
É o lado que me guia no escuro
É o lado com que eu choro e com que eu sinto

Meu O meu Foi o meu lado esquerdo
Que me levou até ti
Quando eu já pensava
Que não existias para mim no mundo

O meu lado esquerdo
Não sabe o que é a razão
É ele que me faz sonhar
É ele que tantas vezes diz não

Meu O meu Foi o meu lado esquerdo
Que me trouxe até ti
Quando eu já pensava
Que não existias para mim no mundo

Carlos Tê
in Clã | Lustro

Poster não científico? #2


aplicando o isomorfismo adequado, as “duas subvariedades sobrepostas a um tiling definido em R^2” transformam-se em algo mais puro...



simplesmente uma foto de duas meninas a descansar sobre a calçada de uma das praças de Barcelona!


Portanto, temos aqui um espaço simples. Contudo, gostaria de confessar a minha preferência por espaços simplécticos!

29 agosto 2006

27 agosto 2006

Tu disseste


Tu disseste "quero saborear o infinito"
Eu disse "a frescura das maçãs matinais revela-nos segredos insondáveis"
Tu disseste "sentir a aragem que balança os dependurados"
Eu disse "é o medo que nos vem acariciar"
Tu disseste "eu também já tive medo. muito medo. recusava-me a abrir a janela, a transpor o limiar da porta"
Eu disse "acabamos a gostar do medo, do arrepio que nos suspende a fala"
Tu disseste "um dia fiquei sem nada. um mundo inteiro por descobrir"
Eu disse “...”

Eu disse "o que é que isso interessa?"
Tu disseste "...nada"

Tu disseste "agora procuro o desígnio da vida. às vezes penso encontrá-lo num bater de asas, num murmúrio trazido pelo vento, no piscar de um néon. escrevo páginas e páginas a tentar formalizá-lo. depois queimo tudo e prossigo a minha busca”
Eu disse "eu não faço nada. fico horas a olhar para uma mancha na parede"
Tu disseste "e nunca sentiste a mancha a alastrar, as suas formas num palpitar quase imperceptível?"
Eu disse "não. a mancha continua no mesmo sítio, eu continuo a olhar para ela e não se passa nada"
Tu disseste "e no entanto a mancha alastra e toma conta de ti, liberta-te do corpo. tu é que não vês"
Eu disse "o que é que isso interessa?"
Tu disseste "...nada"

Eu disse "o que é que isso interessa?"
Tu disseste "...nada"

Adolfo Luxúria Canibal Miguel Pedro
in Mão Morta primavera de destroços


O que mais me comove e me contrista
Neste pesar que se apossou de mim
É não saber (que tenebrosa egoísta!)
-------se te lembras de mim

Qualquer pesar em que a memória insista
Recorda a nossa angústia. É uma aflição.
E eu vivo a repetir. Longe da vista...
-------longe do coração...

Florbela Espanca , 1912




26 agosto 2006

Penso que penso


Caminho em silêncio
Distraído por um pensar
Que me turba o andar
Penso que penso
E fico a ouvir-me pensar
Que penso que penso
Este pensamento
Torna-se um tormento
Penso que penso
Que penso que penso
Sempre o mesmo dobrar
Como vozes a segredar
Penso que penso
Que penso que penso
Que ainda vou flipar
Flipar

Estou farto de mim Estou farto de mim
Estou farto de mim Estou farto de mim

Já não posso mais andar
Com tanta voz a murmurar
Levado pelo vento
Penso que penso
Que penso que penso
Levado pelo vento
Penso que penso
Que penso que penso
Que penso que penso
E se penso em parar
É mais um pensamento
Que me fica a ecoar
Outra voz a segredar
Outra voz a murmurar
Murmurar...

Murmurar murmurar murmurar murmurar murmurar murmurar murmurar
Murmurar murmurar murmurar murmurar murmurar murmurar murmurar

Estou farto de mim Estou farto de mim
Estou farto de mim Estou farto de mim

Adolfo Luxúria Canibal | Miguel Pedro
in Mão Morta | primavera de destroços

24 agosto 2006


“Dans la nature, rien ne se perd, rien ne se crée, tout se transforme.”

Lavoisier

Atira-te à vida!




19 agosto 2006

16 agosto 2006

notícias da amiga



foto: iké


Há realmente coisas que nunca mudam...
No primeiro dia a tenda foi montada por volta da meia noite.
No meio da confusão fazem-se telefonemas entusiasmados. Um pormenor delicioso. O destinatário, seria o pretendido?

Há realmente coisas que já não surpreendem...
Ontem o telemóvel como que por obra do diabo foi parar a mãos alheias. Terá sido pelo exagero de água ingerida?

Hoje, recuperado o telemóvel e o juízo ontem perdidos, já há novidades.

Parece que chove lá para os lados de Paredes de Coura e alguém se veste com um fato impermeável de calças e casaco à homem do lixo... como eu gostaria de lá estar para tirar uma foto!

Aguarda-se uma noite em grande! Está de chuva, há poças de água, o chão fica escorregadio... não sei, mas isto faz-me lembrar algo...

dança do amanhecer




15 agosto 2006

it’s oh so quiet


it's, oh, so quiet
it's, oh, so still
you're all alone
and so peaceful until...

you fall in love
zing boom
the sky up above
zing boom
is caving in
wow bam
you've never been so nuts about a guy
you wanna laugh you wanna cry
you cross your heart and hope to die

'til it's over and then
it's nice and quiet
but soon again
starts another big riot

you blow a fuse
zing boom
the devil cuts loose
zing boom
so what's the use
wow bam
of falling in love

it's, oh, so quiet
it's, oh, so still
you're all alone
and so peaceful until...

you ring the bell
bim bam
you shout and you yell
hi ho ho
you broke the spell
gee, this is swell you almost have a fit
this guy is "gorge" and i got hit
there's no mistake this is it

'til it's over and then
it's nice and quiet
but soon again
starts another big riot

you blow a fuse
zing boom
the devil cuts loose
zing boom
so what's the use
wow bam
of falling in love

the sky caves in
the devil cuts loose
you blow blow blow blow blow your fuse
when you've fallen in love

ssshhhhhh...

(Hanslang/Reisfeld)
by Björk in Post

bzzz




foto: iké

13 agosto 2006

ANDANÇAS | Festival Internacional de Danças Populares
Carvalhais – São Pedro do Sul
#5


O ambiente é tão intenso que contagia qualquer um, é impossível resistir à experiência de sensações únicas que só ali são possíveis de viver...

diabo a sete






djamboonda




no fim da noite os músicos juntam-se a nós, e todos dançam até o sol começar a aparecer... a polka, a scottische, a mazurka ou simplesmente o free style...







fotos: iké e matarbustos

ANDANÇAS | Festival Internacional de Danças Populares
Carvalhais – São Pedro do Sul
#4


O fim de tarde na relva, junto ao recinto, onde nos chegam todos os sons e cores do festival, é um espaço de pura descontracção...







fotos: iké e matarbustos

ANDANÇAS | Festival Internacional de Danças Populares
Carvalhais – São Pedro do Sul
#3


A Serra da Gralheira é maravilhosa, vale mesmo a pena passar a tarde no rio de água transparente, junto das libelinhas azuis, verdes, castanhas... é muito relaxante e arranja-se energia para a noite intensa que não deve ser desperdiçada a dormir!













fotos: iké e matarbustos

ANDANÇAS | Festival Internacional de Danças Populares
Carvalhais – São Pedro do Sul
#2


oficinas de dança, onde se aprendem danças tradicionais de todo o mundo
encontros do umbigo, abraçoterapia, risoterapia, meditação, yoga, massagens

diversas actividades alternativas
exposições e exibição de documentários
animações de rua, teatro, malabarismo, batucada, gaiteiros

a hora do conto em volta da fogueira
concertos na igreja
concertos no palco alto
bailes nas tendinhas bem junto dos músicos
...

12 agosto 2006

vi um passarinho


passarinho com olhos de mel

arrisca o voo rumo ao desconhecido

ainda mal bate as asas e já é belo no bailar

rodopia levemente em gestos ternos de liberdade

é mestre dos trejeitos, os que são feitos para animar os sujeitos

tem um biquinho mágico, com piu-pius delirantes, faz sorrir quem o acompanha

e os seus olhitos, os mais doces de sempre, estimulam loucas e intensas brincadeiras

...






fotos: iké

pequenos prazeres de liberdade







fotos: iké


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