há sempre uma pergunta
je ne sais quoi a brilhar
que nasce no olhar
duma bela mulher.
quando os meus lábios bebem
o vinho do teu olhar
ébrios de desejo
vão revelar.
sou filha do prazer
o amor é minha lei
jogar para perder
eu sei.
alguns pensam que é mal
viver de amor assim
mas sei que vou pecar
até ao fim.
à minha volta
como borboletas
voam os homens
chulos ou poetas.
in partes sensíveis – três tristes tigres
(hollander / versão de regina guimarães)
29 junho 2006
anjazul
publicado pela iké eram 5:41 da tarde 0 comentários
28 junho 2006
Não podendo gritar o que me apetece, grito só um bocadito...
publicado pela iké eram 1:31 da manhã 3 comentários
27 junho 2006
26 junho 2006
Esse seu olhar
Esse seu olhar
Quando encontra o meu
Fala de umas coisas
Que eu não posso acreditar
Doce é sonhar, é pensar que você
Gosta de mim
Como eu de você
Mas a ilusão
Quando se desfaz
Dói no coração
De quem sonhou, sonhou demais
Ah! Se eu pudesse entender
O que dizem os teus olhos
António Carlos Jobim
publicado pela iké eram 3:38 da tarde 0 comentários
Sorriso bonito
O teu sorriso bonito. As tuas palavras marotas. Os teus gestos ternos. O teu olhar atrevido.
O meu sorriso? De alegria. As minhas palavras? De tonta. Os meus gestos? De desejo. O meu olhar? De encanto.
publicado pela iké eram 3:28 da tarde 0 comentários
20 junho 2006
PARA QUÊ?
Tudo é vaidade neste mundo vão...
Tudo é tristeza; tudo é pó, é nada!
E mal desponta em nós a madrugada,
Vem logo a noite encher o coração!
Até o amor nos mente, essa canção
Que o nosso peito ri à gargalhada,
Flor que é nascida e logo desfolhada,
Pétalas que se pisam pelo chão!...
Beijos d’amor! Para quê?!... Tristes vaidades!
Sonhos que logo são realidades,
Que nos deixam a alma como morta!
Só acredita neles quem é louca!
Beijos d’amor que vão de boca em boca,
Como pobres que vão de porta em porta!...
Florbela Espanca (Datado de 1917, Évora)
publicado pela iké eram 8:24 da tarde 0 comentários
LÁGRIMAS OCULTAS
Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era q’rida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das Primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca (Datado de 1915/16, Redondo)
publicado pela iké eram 8:17 da tarde 0 comentários
19 junho 2006
Em Coimbra, dia 29 de Junho
Em Pombal, dia 30 de Junho
--------------------------------------------------TODAS AS MULHERES SÃO MARIA
1.
Todas as mulheres são Maria. Se não de nome próprio, de condição sim.
Maria, mulher, matriz, mãe: maravilhas e misérias.
Longamente colonizada, essa Maria matricial não deixou nunca, ainda assim ou até por isso, de exercer o seu/dela fascínio imperial sobre o tão mais anónimo quão mais genérico dos seres: o Homem (José, Joaquim, Manuel, João, por aí).
Música é também palavra de M inicial. Não por coincidência, decerto: a primeira das Artes venera, maternalmente, a Maria primeva, primitiva, nativa, matriarca.
E se tudo isto desse disco?
Este o conceito aqui em presença.
Conceito? De concepção.
Concepção? De Conceição, Maria da.
Tantas Marias, quando uma só, afinal: da Natividade, do Socorro, do Patrocínio, das Dores, dos Aflitos, de Si Mesma.
Mais à flor da terra, a ideia é cantar, reinterpretando, diversas “traduções”, masculinas ou não, desse nome encantatório. No projecto aqui exposto, revisita-se, por mão de feminina voz (Mariana Abrunheiro), toda uma colecção de composições que não escaparam ao sortilégio desse nome devindo sinónimo de Fêmea, sem mais. Nem menos.
A ideia é simples, como simples é tudo o que, por ser verdade, conta (e canta) e importa: enumerar as Marias tradicionais e as originais. Numa palavra devolvida ao singular, universal.
Poesia e música operam aqui (assim se deseja) a siamesa forma que do fundo dos tempos as funde sem outra garantia que a de repetir, sem fadiga, a voz inicial e final de uma tal Maria...
2.
Como assim?
Jobim.
E Vinicius, Chico, Zeca Afonso, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Zeca Medeiros, entre outros nomes, surgem aliados num elenco que não poderia dispensar o húmus modelar do fado tradicional português. Por exemplo.
Nostálgica agora, exultante depois, o nome de Maria é o elo fundamental do conceito, que é tributo, que é revisita, que é agora.
3.
No todo, e em cada parte, canto e massa instrumental afinam pela matriz já aqui exposta: toda a mulher, todas as mulheres. Maria. De seu/dela José, João, por aí.
------------------------------------------------------------------------Daniel Abrunheiro
Visitem a Mariana aqui. É tão linda!!!
publicado pela iké eram 6:04 da tarde 0 comentários
18 junho 2006
Samba e Amor
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
Escuto a correria da cidade, que arde
E apressa o dia de amanhã
De madrugada a gente ainda se ama
E a fábrica começa a buzinar
O trânsito contorna a nossa cama, reclama
Do nosso eterno espreguiçar
No colo da bem-vinda companheira
No corpo do bendito violão
Eu faço samba e amor a noite inteira
Não tenho a quem prestar satisfação
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade, que alarde
Será que é tão difícil amanhecer?
Não sei se preguiçoso ou se covarde
Debaixo do meu cobertor de lã
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
Chico Buarque, 1969
publicado pela iké eram 12:54 da tarde 0 comentários
16 junho 2006
Ideia de infinito
Há em mim uma ideia vincada
De infinito
Como se nunca nada se esgotasse em si
E houvesse cores mais cores
Para além destas cores...
E a cada cor
Eu fosse sensações novas dentro de mim
E fosse ainda mais infinito...
E é nesta ideia
Que eu sou feliz:
---------nunca me acabo
---------e começo sempre outra vez.
Kátia Andrade Simões, O lugar Alado
publicado pela iké eram 1:33 da tarde 0 comentários
14 junho 2006
12 junho 2006
alcateia
Uma nova fêmea ronda o mato, ela pressente-a. O macho anda irrequieto. Por intuição ela descobre a noviça. O olhar diz tudo.
publicado pela iké eram 3:57 da tarde 0 comentários
Apetece-me...
Atreve-te a vir, atreve-te a descobrir, atreve-te!
publicado pela iké eram 12:16 da manhã 0 comentários
06 junho 2006
05 junho 2006
VÊ SE ADIVINHAS
Ele era um menino
Ou talvez não fosse
Se foi o destino
Que por mim o trouxe
Tinha uma esperança
Feita de magia
E eu era a criança
Que dele nascia
Um sonho ou um verso
Que enfeitava a face
E embalava o berço
De quem o sonhasse
Sei que foi por uma estrada
Que eu vou querer descobrir
Sei que não sei nada
Mas tenho de a seguir
Pra irmos os dois
Deixa uma pedrinha
Mais outra depois
E a estrada é minha
Não deixes migalhas
Olha o passarinho
Se ele vai buscá-las
Eu perco o caminho
Vou procurar
Vê se adivinhas
Quero brincar
Às cinco pedrinhas
Quero te entregar
Uma a uma as pedrinhas
Quero gritar
Que são minhas
Dorme-se um instante
O corpo sossega
Mas a alma errante
Joga à cabra-cega
Finda a brincadeira
Descansam sozinhas
Na tua algibeira
As cinco pedrinhas
Sei que foi por uma estrada
Que eu vou querer descobrir
Sei que não sei nada
Mas tenho de a seguir
Não deixes migalhas
Olha o passarinho
Se ele vai buscá-las
Eu perco o caminho
Vou procurar
Vê se adivinhas
Quero brincar
Às cinco pedrinhas
Quero te entregar
Uma a uma as pedrinhas
Quero gritar
Que são minhas
Quero te entregar
Uma a uma as pedrinhas
Quero gritar
Que são minhas
Tiago Torres da Silva/José Peixoto
(Vê se adivinhas, Pele – José Peixoto com Maria João)
#### :-)
publicado pela iké eram 12:24 da manhã 0 comentários
04 junho 2006
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